Queridos leitores,
bem vindos de volta ao Vegetarijovem!
O post de hoje será
muito interessante, trazendo uma pergunta que muitos vegetarianos já devem ter
pensado: “quantos animais eu salvo sendo vegetariano?” Também é uma resposta
aos carnívoros que dizem que a atitude dos vegetarianos não modifica em nada a
indústria da carne.
O artigo abaixo é
uma tradução feita por mim, do artigo “How many animals does a vegetarian save?” retirado do site Counting Animals, e escrito por Harish. Sendo assim, todos
os créditos vão para o autor do artigo, e não tenho a intenção de copiar ou
levar os créditos pelo texto – apenas quero torna-lo acessível aos leitores
brasileiros que não leem inglês fluentemente e poderiam ter dificuldades se eu
apenas linkasse aqui o texto original.
Além disso, os números e dados expostos
no artigo são referentes apenas aos Estados Unidos, pois o autor do texto
utilizou informações de lá. Ainda assim, são dados interessantes para termos
uma ideia de quanto uma mudança para uma alimentação vegetariana ou vegana pode
mudar diversas vidas – a sua, e a dos animais.
Os grifos feitos no
texto são meus, e servem para facilitar a leitura de quem não estiver disposto
a ler o artigo integralmente, já que ele é bem longo.
Espero que o texto
seja proveitoso a todos. Vamos lá!
----
Quantos animais um
vegetariano salva?
Um vegetariano poupa as vidas de um
certo número de animais cada vez que ele ou ela escolha trocar carne por
vegetais, frutas, grãos, legumes e nozes. Esses animais, é claro, não são necessariamente
aqueles que continuam a viver porque um vegetariano escolheu não come-los. Um
vegetariano salva animais pois reduz a demanda pela carne, fazendo com que
menos animais nasçam em uma vida dura tomada pela indústria da carne, onde a
insensibilidade é abundante e a misericórdia é escassa.
Exatamente quantos animais um
vegetariano salva por ano? Dada a escala e a complexidade da agricultura animal
atualmente, esse número é muito difícil de determinar com toda certeza. Mas, é
possível estimar um alcance – nesse post, eu irei tentar estimar esse número
nos Estados Unidos.
Fontes Citadas
1.
Humane Research Council. HRC Study of Current and Former Vegetarians and Vegans.
(link,
accessed March 15, 2015)
2.
US Census Bureau. Population Estimates. (link, accessed March 15, 2015)
Primeiramente,
algumas preliminares. Para determinar o número de animais salvos por um
vegetariano, nós precisamos de pelo menos dois números: o número total de
animais mortos para o consumo alimentício nos Estados Unidos em um ano e o
número da população americana durante este ano. Mas estimar o número salvo não
é meramente uma questão de dividir o número total de animais mortos pelo
tamanho da população. Imagine que só há duas pessoas nos EUA: o carnívoro que
come 100 animais por ano e o vegetariano que não come nenhum animal. Uma
conclusão razoável é que o vegetariano salva 100 animais por ano. Mas, se nós
apenas dividirmos o número de animais mortos pelo tamanho da população, nós
vamos erroneamente concluir que um vegetariano salva somente 100/2 = 50 animais
por ano. Então, nós temos que dividir o número de mortos pelo número de
carnívoros na população, como segue na fórmula abaixo.
Número
de animais salvos por um vegetariano =
|
Número
total de animais mortos
|
Tamanho
da população × ( 1.0 − v )
|
Onde
v é a fração da população que é
vegetariana ou vegana.
De
acordo com um estudo de atuais vegetarianos e veganos conduzido
pelo Humane Research Council,
cerca de 1.94% da população americana é vegetariana ou vegana. Baseado nesse
estudo, eu usarei v como 0.0194 (por
causa de arredondar, os resultados de adições e multiplicações neste post podem
não ser exatos).
Abaixo, quase todos os dados do
número de animais mortos são do ano de 2014. Usado dados do U.S. Census Bureau,
eu irei utilizar o número de população residente dos EUA em 01 de Julho de 2013
(meio do ano), que é de 314.886.749.
Mas espera. Os vegetarianos também não acabam
causando a morte de animais?
Sim, realmente. Mesmo uma dieta
vegana causa um certo número de mortes e um pouco de sofrimento. Ratos, toupeiras
e outros animais pequenos morrem no cultivo de grãos das fazendas atuais. Eles
são atropelados por equipamentos de agricultura como tratores ou morrem em
consequência da destruição de suas terras. Muitos animais também morrem de
envenenamento por conta de pesticidas.
Fontes citadas
3.
G. Matheny. Least Harm: A Defense of Vegetarianism from Steven Davis’s
Omnivorous Proposal. Journal of Agricultural and Environmental
Ethics 16:505-511, 2003. (link,
accessed March 15, 2015)
4.
M. Bittman. Rethinking the Meat-Guzzler. The New York Times,
January 27, 2008. (link, accessed March 15, 2015)
Mas
os animais que nós comemos não ficam apenas isolados esperando para nós os
comermos. Eles comem grãos também. Na verdade, quase todos os animais que nós
comemos ficam presos dentro de celeiros desolados e são alimentados por nós com
grãos que nós plantamos apenas para eles. Nós plantamos soja, milho, trigo,
cevada, sorgo e outros grãos em terras vastíssimas – todas das quais também
causam um grande número de mortes. O consumo de carne continua a ser um
processo inerentemente ineficiente no qual nós plantamos muito mais para
alimentar os animais que nós comemos, do que nós precisaríamos se o que
plantamos fosse consumido somente por nós.
Então,
o cultivo de terras para alimentar vegetarianos mata, sim, alguns animais, mas
muitos mais animais morrem no cultivo de terras para alimentar os animais que
consumimos. Esse post não quer afirmar que os vegetarianos não causam a morte
de animais. Esse post é sobre quantos animais um vegetariano salva.
Animais terrestres
Fontes citadas
5.
National Agricultural Statistics
Service, USDA. Poultry Slaughter 2013 Summary.
February 2014. (link, accessed March 15, 2015)
6.
National Agricultural Statistics
Service, USDA. Livestock Slaughter 2013 Summary.
April 2014. (link, accessed March 15, 2015)
7.
Economic Research Service, USDA.Livestock and Meat International Trade Data. March
2015. (link, accessed March 15, 2015)
O número de animais terrestres mortos nos EUA ou
importados menos o número de animais
exportados, determina a oferta de carne dos EUA no mercado. A tabela 1 abaixo
lista esses números. Essa tabela não inclui vacas usadas para laticínios,
galinhas usadas para obter seus ovos ou pintinhos mortos pela indústria dos
ovos, porque nós estamos tentando achar o número de animais salvos por um
vegetariano, não um vegano (um outro assunto, para outro post, em outro
momento).
Dois relatórios anuais produzidos pelo USDA servem
como nossa fonte para o número de animais mortos ou condenados antes de morrer:
o relatório do Poultry Slaughter 2014 Summary e o relatório do Livestock Slaughter 2013Summary.
Os números de importação e exportação vem de dados no troca internacional decarne diponíveis pelo USDA. Nessa tabela, a conversão do peso de carcaças ou quilos
de carne para o número de animais mortos é baseada nos mesmos dois relatórios
mencionados anteriormente.
Tabela 1: Número de animais terrestres mortos
para a oferta de carne dos EUA em 2013
para a oferta de carne dos EUA em 2013
Mortos nos EUA
|
Importados para os EUA
|
Exportados dos EUA
|
Total de mortos para a oferta de carne dos EUA
|
|
Galinhas
|
8.648.756.000
|
—
|
1.666.036.033
|
6.982.719.967
|
Perus
|
239.386.000
|
—
|
30.924.662
|
208.461.338
|
Patos
|
24.575.000
|
—
|
—
|
24.575.000
|
Vacas
|
32.566.000
|
4.859.350
|
3.412.576
|
34.012.774
|
Bezerros
|
788.600
|
—
|
—
|
788.600
|
Porcos
|
112.147.900
|
9.197.017
|
24.129.060
|
97.215.856
|
Ovelhas
|
2.412.200
|
2.509.073
|
104.908
|
4.816.365
|
Cabras
|
689.200
|
—
|
—
|
689.200
|
Bisões
|
57.200
|
—
|
—
|
57.200
|
Total
|
9.061.378.100
|
16.565.439
|
1.724.607.239
|
7.353.336.300
|
Fontes citadas
8.
C. Bono, et al. Dynamic Production Monitoring
in Pig Herds III. Modeling and Monitoring Mortality Rate at Herd Level.
Livestock Science, volume 168. October 2014. (link, accessed March 15, 2015)
9.
Animal and Plant Health Inspection Service,
USDA. Mortality of Calves and Cattle on U.S. Beef Cow-Calf Operations.
APHIS Info Sheet: Veterinary Services. May 2010. (link, accessed March 15, 2015)
10.
National Agricultural Statistics
Service, USDA. Hatchery Production 2013 Summary.
April 2014. (link, accessed March 15, 2015)
Mortalidade por outras causas: Um grande número de
animais em fazendas industriais morre antes mesmo de chegarem ao momento do
abate. Eles morrem de doenças e machucados que não foram tratados, transporte
irregular, e vários outros problemas causados pela intenção seleção genética
para o crescimento excessivamente rápido. Muitos deles também morrem durante ou
depois de seu uso como reprodutores. Alguns morrem em experimentos, servindo a
indústria da carne. Alguns vivem o suficiente para chegar ao matadouro, mas são
condenados por inspetores federais durante a necessária triagem ante-mortem
porque eles estão doentes, machucados ou não se encaixam nos requisitos para o
consumo humano.
Abaixo, para os animais
terrestres mais usados, usarei estimativas conservadoras mas documentadas do
número de mortes na indústria da carne além do abate para obtenção de carne.
Em um estudo recente de criadouros modernos de porcos publicado em 2014, os autores reportam que a
média da taxa de mortalidade pré-desmame dos filhotes de porcos é de 14,6% e
que a taxa de mortalidade pós-desmame é de 1,9%, sendo uma taxa total de
mortalidade de cerca de 16,22%.
Os números de mortalidade pré-abate
dos bovinos vem de um relatório de 2010 do USDA.
Cerca de 3,5% dos bezerros morrem antes do desmame. Um adicional de 1,5% morre
depois do desmame, sendo uma taxa cumulativa de mortalidade pré-abate de cerca
de 4,95% para vacas.
No caso das galinhas, nós sabemos do sumário de 2013 do USDA sobre produção em incubadoras que um total de 9.058.220.000 de pintinhos usados para carne foram incubados em
2013. Mas da tabela 1 acima, somente 8.648.756.000 chegaram ao abate. Isso
significa que cerca de 4.52% das galinhas na indústria morrem de outras causas
que não o abate para carne.
Tabela 2: Número de mortes de animais terrestres
para a oferta per capita de carne nos EUA em 2013
para a oferta per capita de carne nos EUA em 2013
Total de mortos para a oferta de carne nos EUA
|
Taxa de mortalidade por outras causas
|
Total de mortes para a oferta de carne nos EUA
|
Total de mortes per capita
|
Número de animais salvos por um vegetariano
|
|
Galinhas
|
6.982.719.967
|
4.52%
|
7.313.307.678
|
23.2
|
23.7
|
Perus
|
208.461.338
|
11.17%
|
234.664.213
|
0.7
|
0.7
|
Patos
|
24.575.000
|
0.32%
|
24.653.892
|
0.1
|
0.1
|
Vacas
|
34.012.774
|
4.95%
|
35.783.146
|
0.1
|
0.1
|
Bezerros
|
788.600
|
3.50%
|
817.202
|
< 0.1
|
< 0.1
|
Porcos
|
97.215.856
|
16.22%
|
116.040.670
|
0.4
|
0.4
|
Ovelhas
|
4.816.365
|
—
|
4.816.365
|
< 0.1
|
< 0.1
|
Cabras
|
689.200
|
—
|
689.200
|
< 0.1
|
< 0.1
|
Bisões
|
57.200
|
—
|
57.200
|
< 0.1
|
< 0.1
|
Total
|
7.353.336.300
|
—
|
7.730.829.567
|
24.6
|
25.0
|
De acordo com o mesmo relatório de produção em
incubadora,
nós sabemos que 269.476.000 perus foram incubados em 2013, mas o número de
abatidos nos EUA em 2013 foi apenas de 239.386.000. Isso significa que uma
porcentagem de cerca de 11.7% dos perus na indústria morre de outras formas
além do abate.
Por falta de uma melhor informação na taxa de
mortalidade de patos, usarei a taxa de condenação ante-mortem de 0,32% dos
inspetores federais no relatório do USDA Poultry Slaughter 2013 Summary.
Essa é uma estimativa conservadora – com certeza, muitos patos morrem antes de
alcançarem o momento que estão tão impróprios para o consumo humanos que os
inspetores federais removem eles da linha de abate.
Um
vegetariano salva mais de 25 animais terrestres a cada ano.
Nós
matamos cerca de 7,7 bilhões de animais a cada ano para nossa comida. Usando a
fórmula mencionada antes, descobrimos que um vegetariano salva cerca de 25
animais terrestres por ano, dos quais 24 são galinhas. Os gráficos abaixo
mostram o número desses animais nas proporções que os comemos.
Número de animais mortos anualmente para o
consumidor americano Number of land animals killed annually
(total: 24.6)
(total: 24.6)
94.6%
Número de animais terrestres mortos anualmente
(exceto galinhas) para o consumidor americano (total: 1.3)
56.2%
27.8%
8.6%
Animais marinhos
Fontes citadas
11. National Marine Fisheries Service.Fisheries of the United States: 2013. September 2014. (link, accessed March 15, 2015)
12. National Fisheries Institute. Top 10 Consumed Seafoods. (link, accessed March 15, 2015)
13.
Counting Animals. The fish we kill to feed the fish we eat.. March 16,
2015. (link, accessed March 16, 2015)
Os animais aquáticos que nós comemos vêm até nós de
pelo menos quatro meios diferentes: pesca comercial (pescados no meio selvagem,
trazidos para a terra e então vendidos), aquicultura (animais aquáticos
colocados em viveiros), pesca de importação e pesca recreacional. A soma destes
menos a exportação nos dá o total que entra na oferta dos EUA para alimentação.
A compilação mais recente desses dados pode ser encontrada no relatório do
Fisheries of the United States (2013),
lançado pelo Fisheries Statistics Division of the National Marine Fisheries
Service. Baseado nesses dados de 2013, mas excluindo a produção americana de
aquicultura e pesca recreacional, o National Fisheries Institute lançou os
números do consumo per capita de animais aquáticos pelos residentes americanos.
Os dados da produção americana de aquicultura ainda
não foram lançados para 2013, mas nós podemos realizar uma aproximação usando o
relatório de 2012. Com esse ajuste para os dados do National Fisheries
Institute e usando os fatores de conversão e a metodologia usada no post de “os peixes que matamos para alimentar os peixes que comemos”,
a tabela 3 abaixo estima o número de animais mortos para o consumo direto de
cidadãos americanos de 2013. O consumo é mostrado em termos de peso vivo, o peso do animal inteiro
quando vivo. A categoria “outro” na tabela se refere aos peixes pegos durante pesca
marina recreacional.
Tabela 3: Número estimado de animais marinhos
mortos para consumo direto pela população americana em 2013 (todos os pesos
estão em peso vivo, exceto pelo moluscos que são relatados pelo peso da carne,
excluindo a concha)
Peso da oferta dos EUA (em 1.000 libras [peso])
|
Peso estimado (em libras) de um único animal
|
Número abatido para a oferta nos EUA
|
Número abatido per capita para a oferta nos EUA
|
Número estimado salvo por um vegetariano
|
|
Camarão
|
2.551.782
|
0,0641
|
39.807.794.750
|
126,42
|
128,92
|
Salmão
|
1.684.849
|
9,70
|
173.740.227
|
0,55
|
0,56
|
Atum
|
1.383.297
|
17,37
|
79.618.770
|
0,25
|
0,26
|
Tilápia
|
1.322.200
|
1,16
|
1.142.361.645
|
3,63
|
3,70
|
Badejo
|
1.178.038
|
1,46
|
804.566.972
|
2,56
|
2,61
|
Peixe-Panga
|
674.483
|
2,20
|
305.940.472
|
0,97
|
0,99
|
Bacalhau
|
563.253
|
5,80
|
97.049.900
|
0,31
|
0,31
|
Bagre
|
835.307
|
1,12
|
742.919.347
|
2,36
|
2,41
|
Caranguejo
|
839.117
|
1,97
|
426.187.947
|
1,35
|
1,38
|
Mexilhão
|
121.102
|
0,20
|
618.834.834
|
1,97
|
2,00
|
Sardinha
|
62.977
|
0,22
|
280.634.044
|
0,89
|
0,91
|
Vieira
|
74.390
|
0,05
|
1.487.800.000
|
4,72
|
4,82
|
Ostra
|
104.188
|
0,17
|
628.025.008
|
1,99
|
2,03
|
Lagosta
|
242.603
|
1,72
|
140.841.238
|
0,45
|
0,46
|
Outros
|
239.011
|
1,41
|
169.689.000
|
0,54
|
0,55
|
Total
|
11.637.588
|
—
|
46.906.004.154
|
148,96
|
151,91
|
Fontes citadas
14. A. Mood. Worse Things Happen at Sea: The
Welfare of Wild-Caught Fish. 2010. (link, accessed March
15, 2015)
15. A. Mood and P. Brooke. Estimating the Number of Farmed Fish Killed in Global Aquaculture
Each Year. July 2010. (link, accessed March 15, 2015)
16.
Food and Agriculture Organization of
the United Nations. FAO Yearbook 2012: Fishery and
Aquaculture Statistics. June 2014. (link,
accessed March 15, 2015)
Na tabela 3 acima, os pesos de um peixe individual
são derivados da média compilada de dois relatórios produzidos pelo
fishcount.org.uk:
um peixe “selvagem” e outro criado em cativeiro. Os pesos usados na tabela são
devidamente ponderados pela proporção estimada de cada espécie de animal usada
em nossa dieta. Por exemplo, o peso médio do salmão na tabela 3 é baseado no
peso médio do salmão atlântico criado em cativeiro e a média do peso do salmão
pacífico mais pescado: salmão rosa e salmão-cão/salmão-keta. Como um outro
exemplo, o peso médio do atum é baseado similarmente na proporção dos pesos
médios das espécies de atum mais pescados: atum-bonito, albacora, atum-patudo e
atum-do-índico.
As proporções atribuídas são de dados da produção
dos EUA, em relatório do Fisheries of the United States: 2013 e no total global de produção de peixes no relatório do FAO Yearbook on Fishery and Aquaculture Statistics (2012).
Camarões são vendidos categorizados pela unidade de
camarões sem cabeça por libra, desde os extra pequenos (de 61 a 70 unidades por
libra) até os de tamanho extra-colossal (menos de 10 unidades por libra). Os
números relativos a vendas dessas categorias não são registrados por nenhum
estudo, mas a média é de 26-30 unidade por libra, ou mais. O peso do camarão
que eu uso é estimado em 26 camarões sem cabeça por libra, com o fator de
conversão para o peso vivo de camarões sem cabeça de 0,6.
Número de peixes consumidos anualmente
pelo consumidor americano (total: 12,1)
pelo consumidor americano (total: 12,1)
32.7%
23%
21.3%
8%
9.9%
Número de marisco consumidos anualmente
pelo consumidor americano (total: 136,9)
pelo consumidor americano (total: 136,9)
92.3%
O peso médio dos mariscos (camarões, mexilhões,
caranguejos, ostras, lagostas e vieiras) são obtidos similarmente baseados nas estimativas
(altas) do peso de um indivíduo de cada espécie, pesado pela proporção de cada
espécie que entra na oferta americana. Por exemplo, o peso médio de mexilhões é
baseado na estimativa de peso de diversos tipos de mexilhões, na proporção
aproximada na qual eles entram na oferta americana).
O
americano consome em média 12 peixes e 137 mariscos por ano.
Como
mostra a tabela 3, em termos do número individual de animais marinhos, os
americanos consomem em maior quantidade o camarão (cerca de 126 camarões por pessoa
por ano). Além dos 129 camarões, um vegetariano salva mais de 12 peixes e mais
de 10 mariscos.
Os peixes que matamos para alimentar os peixes que
comemos
É
importante lembrar dos peixes selvagem que pescamos e matamos para depois
processá-lo em comida de peixe (carne de peixe dissecada), e óleo de peixe para
alimentar os peixes, camarões, os porcos e as galinhas que comemos. Sim, nós
damos peixes-selvagens para os porcos e galinhas que comemos! Na verdade, de
acordo com o International Fishmeal and FishOil Organization,
20% da produção mundial de farinha de peixe em 2010 foi usada para alimentar
porcas em amamentação e um adicional de 5% foi usado para alimentar pintinhos
recém-nascidos na indústria de aves domésticas.
Fontes citadas
17.
C. J. Shepherd and A. J. Jackson,
International Fishmeal and Fish Oil Organization. Global Fishmeal and Fish-Oil Supply: Inputs, Outputs and Markets.
Journal of Fish Biology, volume 83, pp. 1046-1066. 2013. (link, accessed March 15, 2015)
Os animais de aquicultura na dieta americana que são
alimentos com produtos de peixes incluem camarões, salmão, tilápia,
peixe-panga, bagre e caranguejos. Como mostrado aqui,
o consumo americano de peixes e camarões de aquicultura demandam a captura e
morte de 45.513 milhões a 92.313 milhões de animais marinhos selvagens a cada
ano! Considerando que a população americana seja de 314.886.749 em 2013, o
número de animais selvagens capturados e mortos para alimentar os animais de
aquicultura consumidos pelos americano é de cerca de 144,5 a 293,2 por ano.
Alguns desses animais também são usados para alimentar porcos e galinhas, mas a
maior demanda vem de animais criados em aquicultura que se alimentam de peixes
selvagens.
Cerca
de 144 a 293 animais marinhos selvagens são capturados e mortos anualmente para
alimentar o peixe e camarão de aquicultura consumidos por um americano.
O número de animais marinhos selvagens mortos para
alimentar animais de aquicultura consumidos pelo consumidor americano
(Total: Entre 144.5 e 293.2)
(Total: Entre 144.5 e 293.2)
32%
14.8%
15.5%
21.9%
Pesca acidental vinda da pesca de peixes selvagens
Os números calculados acima não incluem a pesca acidental, que são os peixes e
crustáceos pescados sem intenção e depois jogados de volta ao mar já mortos ou
morrendo. Golfinhos presos em redes de atum e tartarugas fisgadas por varas de
pescar já ganharam uma devida atenção, mas um número maior de peixes e
crustáceos menos populares continuam rotineiramente presos em redes de pescas e
acabam arrastados em navios e descartados. De acordo com o um estudo publicado
pelo FAO e baseado em pesquisas de pescadores marinhos, cerca de 8% do total de animais
marinhos pescados acidentalmente são descartados mortos.
Fontes citadas
19. K. Kelleher, FAO Fisheries Department. Discards in the World’s Marine Fisheries: An Update.
FAO Fisheries Technical Paper 470, 2005. (link, accessed March 15, 2015)
20.
S. Eayrs. A Guide to Bycatch Reduction in Tropical Shrimp-Trawl Fisheries:
Revised Edition. 2007. (link,
accessed March 15, 2015)
Mas essa taxa de pesca acidental não é a mesma
entre todas as espécies de animais marinhos que capturamos. As mais destrutivas
são as traineiras de camarão, que são enormes redes jogadas por barcos para
capturar indiscriminadamente todas as espécies de animais no caminho. De acordo
com o estudo da FAO, 62,3% da pesca feita em traineiras são descartadas. A
maior parte do descarte são peixes pequenos e crustáceos arrastados na rede que
não conseguem escapar. Isso também inclui animais maiores, como tartarugas,
arraias e até mesmo tubarões.
O
impacto do consumo americano de animais marinhos é particularmente duro,
levando em conta que o camarão é o animal marinho mais pescado, tanto em termos
de peso quanto em consumo.
O
número de animais pegos em pesca acidental de traineiras para os consumidores
americanos, está em 11,156 milhões e 24,466 milhões. O número da pesca
acidental per capita está entre 35,4 e 77,7.
A
taxa média de pesca acidental de animais marinhos além de camarão é de cerca de
6,03%. Podemos inferir que cerca de 10.670 milhões de libras de peixes e
mariscos são capturados anualmente para servir ao consumo americano (5.641
milhões de libras de que são "peixes de alimentação").
Na
captura de animais marinhos para servir ao consumo de um americano médio, entre
46 e 104 animais marinhos selvagens são acidentalmente capturados, transportados
e depois descartado mortos ou morrendo.
O número de animais individuais pegos na pesca
acidental se situa entre 3.325 e 8.346 milhões. O número per capita situa-se
entre 10,6 e 26,5. Adicionando isso aos números de pesca acidental em
traineiras, o americano médio causa a pesca acidental de 46 a 104 animais
marinhos que são descartados mortos ou moribundos.
Sumário
A
tabela 4 abaixo é um sumário do impacto proporcional, em termos de números de
animais, do consumo americano de animais.
Tabela 4: Os números estimados de animais mortos
para o consumo direto e indireto de animais pela população dos EUA em 2013
Número total de mortos (em milhões)
|
Número de mortos per capita
|
Número de salvos por um vegetariano
|
|
Animais terrestres
|
7.731
|
24,6
|
25,0
|
Peixes
|
3.797
|
12,1
|
12,3
|
Mariscos
|
43.109
|
136,9
|
139,6
|
“Alimentos de peixes”
|
45.513 – 92.313
|
144,5 – 293,2
|
147,4 – 299,0
|
Pesca acidental
|
14.481 – 32.812
|
46,0 – 104,2
|
46,9 – 106,3
|
Total
|
114.631
– 179.762
|
364,0
– 570,9
|
371,2
– 582,2
|
Da
tabela acima, é possível concluir que um vegetariano salva de 371 a 582 animais
por ano. Usando esses dados, o gráfico abaixo mostra os números proporcionais
de animais mortos em serviço do consumo americano de carne.
Número estimado de animais mortos para consumo
direto e indireto pelo americano comum
(Total: 467,5)
(Total: 467,5)
29.3%
46.8%
16.1%
Sim, um vegetariano salva pelo menos um animal por
dia! Por maiores que esses números possam parecer, o maior escândalo não está
em quantos animais nós comemos, mas em quanto sofrimento nós impomos a eles
durante suas vidas e durante o abate. Em fazendas de criação para galinhas,
porcos, vacas e peixes, os animais vivem uma existência triste, com sofrimento
físico e mental. O vegetariano, escolhendo não colaborar com essa indústria
sombria, salva sua consciência também.
Um
vegetariano salva de 371 a 582 animais por ano.
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