quinta-feira, 20 de outubro de 2016

I Dreamed a Dream - Vídeo da Semana #2

Oi leitores!

Hoje trago novamente um vídeo da semana para vocês. Este vídeo apareceu na timeline do meu Facebook nesta terça-feira (18), e me emocionou muito.

Trata-se de uma animação chamada "Dream", produzida por brasileiros no estúdio Zombie, para a agência DDB NY. A animação mostra animais que correm risco de extinção cantando a música "I Dreamed a Dream", do musical Os Miseráveis (que a propósito, é meu musical favorito de todos os tempos!).

O vídeo me emocionou muito, e é mais uma alerta para tomarmos consciência de como as nossas escolhas e nosso estilo de vida podem mudar drasticamente a vida de outros animais - para melhor, ou para pior.

Como o vídeo não apresenta legenda, segue abaixo do mesmo a tradução da música.


Eu sonhei um sonho em um tempo passado
Quando as esperanças eram grandes e a vida valia ser vivida
Eu sonhei que o amor nunca acabaria
Eu sonhei que Deus seria misericordioso.

Eu era jovem e não tinha medo
Quando os sonhos eram realizados e usados e jogados fora

Mas os tigres vêm a noite,
Com suas vozes suaves como trovão,
Enquanto eles despedaçam sua esperança
Enquanto eles tornam seus sonhos em vergonha

E ainda assim eu sonhei que ele voltaria para mim
E que viveríamos os anos juntos,
Mas existem sonhos que não podem ser sonhados
E existem tempestades que não podem passar.

Eu tive um sonho que minha vida seria
Tão diferente deste inferno que eu vivo
Tão diferente agora do que parecia ser
Agora a vida matou o sonho
Que eu sonhei.



Fica a reflexão para a semana.

Go green!

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Tirinha da Semana #2

Olá leitores!

Hoje trago novamente para vocês uma tirinha.
Bem simples, mas estimula a reflexão.
Aqui ela trata do veganismo, que é uma opção e um estilo de vida tão válido quanto (se não até mais do que) o vegetarianismo.


Retirada da página do Facebook "Vegan Sidekick ::: Tirinhas traduzidas"

Pare para pensar nisso quando estiver se "impedindo" de adotar o vegetarianismo ou veganismo como um estilo de vida. É claro que você fará a diferença! Querendo ou não, sua escolha irá impactar aqueles que vivem a seu redor; se não convencendo-os a também aderir ao veg(etari)anismo, pelo menos deixando-os consciente de que existem opções e escolhas no estilo de vida que beneficiam a si próprio e ao meio ambiente.

Para termos uma ideia, em 2012 no Brasil, de acordo com uma pesquisa do IBOPE, cerca de 8% da população afirmou ser adepta ao vegetarianismo. Parece pouco, certo? Mas isso equivale a mais ou menos 15 milhões de pessoas! Imagine o impacto positivo que esses 15 milhões de vegetarianos causam: no meio ambiente, na sua própria vida e naqueles que vivem ao seu redor. 

Você faz a diferença.

Go green!

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Quantos animais um vegetariano salva?

Queridos leitores, bem vindos de volta ao Vegetarijovem!

O post de hoje será muito interessante, trazendo uma pergunta que muitos vegetarianos já devem ter pensado: “quantos animais eu salvo sendo vegetariano?” Também é uma resposta aos carnívoros que dizem que a atitude dos vegetarianos não modifica em nada a indústria da carne.

O artigo abaixo é uma tradução feita por mim, do artigo How many animals does a vegetarian save? retirado do site Counting Animals, e escrito por Harish. Sendo assim, todos os créditos vão para o autor do artigo, e não tenho a intenção de copiar ou levar os créditos pelo texto – apenas quero torna-lo acessível aos leitores brasileiros que não leem inglês fluentemente e poderiam ter dificuldades se eu apenas linkasse aqui o texto original.
Além disso, os números e dados expostos no artigo são referentes apenas aos Estados Unidos, pois o autor do texto utilizou informações de lá. Ainda assim, são dados interessantes para termos uma ideia de quanto uma mudança para uma alimentação vegetariana ou vegana pode mudar diversas vidas – a sua, e a dos animais.

Os grifos feitos no texto são meus, e servem para facilitar a leitura de quem não estiver disposto a ler o artigo integralmente, já que ele é bem longo.

Espero que o texto seja proveitoso a todos. Vamos lá!



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Quantos animais um vegetariano salva?
Um vegetariano poupa as vidas de um certo número de animais cada vez que ele ou ela escolha trocar carne por vegetais, frutas, grãos, legumes e nozes. Esses animais, é claro, não são necessariamente aqueles que continuam a viver porque um vegetariano escolheu não come-los. Um vegetariano salva animais pois reduz a demanda pela carne, fazendo com que menos animais nasçam em uma vida dura tomada pela indústria da carne, onde a insensibilidade é abundante e a misericórdia é escassa.
Exatamente quantos animais um vegetariano salva por ano? Dada a escala e a complexidade da agricultura animal atualmente, esse número é muito difícil de determinar com toda certeza. Mas, é possível estimar um alcance – nesse post, eu irei tentar estimar esse número nos Estados Unidos.
Fontes Citadas
1.        Humane Research Council. HRC Study of Current and Former Vegetarians and Vegans. (link, accessed March 15, 2015)
2.        US Census Bureau. Population Estimates. (link, accessed March 15, 2015)
Primeiramente, algumas preliminares. Para determinar o número de animais salvos por um vegetariano, nós precisamos de pelo menos dois números: o número total de animais mortos para o consumo alimentício nos Estados Unidos em um ano e o número da população americana durante este ano. Mas estimar o número salvo não é meramente uma questão de dividir o número total de animais mortos pelo tamanho da população. Imagine que só há duas pessoas nos EUA: o carnívoro que come 100 animais por ano e o vegetariano que não come nenhum animal. Uma conclusão razoável é que o vegetariano salva 100 animais por ano. Mas, se nós apenas dividirmos o número de animais mortos pelo tamanho da população, nós vamos erroneamente concluir que um vegetariano salva somente 100/2 = 50 animais por ano. Então, nós temos que dividir o número de mortos pelo número de carnívoros na população, como segue na fórmula abaixo.

Número de animais salvos por um vegetariano  =  
Número total de animais mortos
Tamanho da população × ( 1.0 − v )
Onde v é a fração da população que é vegetariana ou vegana.
De acordo com um estudo de atuais vegetarianos e veganos conduzido pelo Humane Research Council, cerca de 1.94% da população americana é vegetariana ou vegana. Baseado nesse estudo, eu usarei v como 0.0194 (por causa de arredondar, os resultados de adições e multiplicações neste post podem não ser exatos).
            Abaixo, quase todos os dados do número de animais mortos são do ano de 2014. Usado dados do U.S. Census Bureau, eu irei utilizar o número de população residente dos EUA em 01 de Julho de 2013 (meio do ano), que é de 314.886.749.
Mas espera. Os vegetarianos também não acabam causando a morte de animais?
            Sim, realmente. Mesmo uma dieta vegana causa um certo número de mortes e um pouco de sofrimento. Ratos, toupeiras e outros animais pequenos morrem no cultivo de grãos das fazendas atuais. Eles são atropelados por equipamentos de agricultura como tratores ou morrem em consequência da destruição de suas terras. Muitos animais também morrem de envenenamento por conta de pesticidas.
Fontes citadas
3.        G. Matheny. Least Harm: A Defense of Vegetarianism from Steven Davis’s Omnivorous Proposal. Journal of Agricultural and Environmental Ethics 16:505-511, 2003. (link, accessed March 15, 2015)
4.        M. Bittman. Rethinking the Meat-Guzzler. The New York Times, January 27, 2008. (link, accessed March 15, 2015)
Mas os animais que nós comemos não ficam apenas isolados esperando para nós os comermos. Eles comem grãos também. Na verdade, quase todos os animais que nós comemos ficam presos dentro de celeiros desolados e são alimentados por nós com grãos que nós plantamos apenas para eles. Nós plantamos soja, milho, trigo, cevada, sorgo e outros grãos em terras vastíssimas – todas das quais também causam um grande número de mortes. O consumo de carne continua a ser um processo inerentemente ineficiente no qual nós plantamos muito mais para alimentar os animais que nós comemos, do que nós precisaríamos se o que plantamos fosse consumido somente por nós.
Então, o cultivo de terras para alimentar vegetarianos mata, sim, alguns animais, mas muitos mais animais morrem no cultivo de terras para alimentar os animais que consumimos. Esse post não quer afirmar que os vegetarianos não causam a morte de animais. Esse post é sobre quantos animais um vegetariano salva.
Animais terrestres
Fontes citadas
5.        National Agricultural Statistics Service, USDA. Poultry Slaughter 2013 Summary. February 2014. (link, accessed March 15, 2015)
6.        National Agricultural Statistics Service, USDA. Livestock Slaughter 2013 Summary. April 2014. (link, accessed March 15, 2015)
7.        Economic Research Service, USDA.Livestock and Meat International Trade Data. March 2015. (link, accessed March 15, 2015)

O número de animais terrestres mortos nos EUA ou importados menos o número de animais exportados, determina a oferta de carne dos EUA no mercado. A tabela 1 abaixo lista esses números. Essa tabela não inclui vacas usadas para laticínios, galinhas usadas para obter seus ovos ou pintinhos mortos pela indústria dos ovos, porque nós estamos tentando achar o número de animais salvos por um vegetariano, não um vegano (um outro assunto, para outro post, em outro momento).
Dois relatórios anuais produzidos pelo USDA servem como nossa fonte para o número de animais mortos ou condenados antes de morrer: o relatório do Poultry Slaughter 2014 Summary e o relatório do Livestock Slaughter 2013Summary. Os números de importação e exportação vem de dados no troca internacional decarne diponíveis pelo USDA. Nessa tabela, a conversão do peso de carcaças ou quilos de carne para o número de animais mortos é baseada nos mesmos dois relatórios mencionados anteriormente.

Tabela 1: Número de animais terrestres mortos
para a oferta de carne dos EUA em 2013
Mortos nos EUA
Importados para os EUA
Exportados dos EUA
Total de mortos para a oferta de carne dos EUA
Galinhas
8.648.756.000
1.666.036.033
6.982.719.967
Perus
239.386.000
30.924.662
208.461.338
Patos
24.575.000
24.575.000
Vacas
32.566.000
4.859.350
3.412.576
34.012.774
Bezerros
788.600
788.600
Porcos
112.147.900
9.197.017
24.129.060
97.215.856
Ovelhas
2.412.200
2.509.073
104.908
4.816.365
Cabras
689.200
689.200
Bisões
57.200
57.200
Total
9.061.378.100
16.565.439
1.724.607.239
7.353.336.300
Fontes citadas
8.        C. Bono, et alDynamic Production Monitoring in Pig Herds III. Modeling and Monitoring Mortality Rate at Herd Level. Livestock Science, volume 168. October 2014. (link, accessed March 15, 2015)
9.        Animal and Plant Health Inspection Service, USDA. Mortality of Calves and Cattle on U.S. Beef Cow-Calf Operations. APHIS Info Sheet: Veterinary Services. May 2010. (link, accessed March 15, 2015)
10.     National Agricultural Statistics Service, USDA. Hatchery Production 2013 Summary. April 2014. (link, accessed March 15, 2015)
Mortalidade por outras causas: Um grande número de animais em fazendas industriais morre antes mesmo de chegarem ao momento do abate. Eles morrem de doenças e machucados que não foram tratados, transporte irregular, e vários outros problemas causados pela intenção seleção genética para o crescimento excessivamente rápido. Muitos deles também morrem durante ou depois de seu uso como reprodutores. Alguns morrem em experimentos, servindo a indústria da carne. Alguns vivem o suficiente para chegar ao matadouro, mas são condenados por inspetores federais durante a necessária triagem ante-mortem porque eles estão doentes, machucados ou não se encaixam nos requisitos para o consumo humano.
            Abaixo, para os animais terrestres mais usados, usarei estimativas conservadoras mas documentadas do número de mortes na indústria da carne além do abate para obtenção de carne.
            Em um estudo recente de criadouros modernos de porcos publicado em 2014, os autores reportam que a média da taxa de mortalidade pré-desmame dos filhotes de porcos é de 14,6% e que a taxa de mortalidade pós-desmame é de 1,9%, sendo uma taxa total de mortalidade de cerca de 16,22%.
            Os números de mortalidade pré-abate dos bovinos vem de um relatório de 2010 do USDA. Cerca de 3,5% dos bezerros morrem antes do desmame. Um adicional de 1,5% morre depois do desmame, sendo uma taxa cumulativa de mortalidade pré-abate de cerca de 4,95% para vacas.
No caso das galinhas, nós sabemos do sumário de 2013 do USDA sobre produção em incubadoras que um total de 9.058.220.000 de pintinhos usados para carne foram incubados em 2013. Mas da tabela 1 acima, somente 8.648.756.000 chegaram ao abate. Isso significa que cerca de 4.52% das galinhas na indústria morrem de outras causas que não o abate para carne.

Tabela 2: Número de mortes de animais terrestres
para a oferta per capita de carne nos EUA em 2013
Total de mortos para a oferta de carne nos EUA
Taxa de mortalidade por outras causas
Total de mortes para a oferta de carne nos EUA
Total de mortes per capita
Número de animais salvos por um vegetariano
Galinhas
6.982.719.967
4.52%
7.313.307.678
23.2
23.7
Perus
208.461.338
11.17%
234.664.213
0.7
0.7
Patos
24.575.000
0.32%
24.653.892
0.1
0.1
Vacas
34.012.774
4.95%
35.783.146
0.1
0.1
Bezerros
788.600
3.50%
817.202
< 0.1
< 0.1
Porcos
97.215.856
16.22%
116.040.670
0.4
0.4
Ovelhas
4.816.365
4.816.365
< 0.1
< 0.1
Cabras
689.200
689.200
< 0.1
< 0.1
Bisões
57.200
57.200
< 0.1
< 0.1
Total
7.353.336.300
7.730.829.567
24.6
25.0

De acordo com o mesmo relatório de produção em incubadora, nós sabemos que 269.476.000 perus foram incubados em 2013, mas o número de abatidos nos EUA em 2013 foi apenas de 239.386.000. Isso significa que uma porcentagem de cerca de 11.7% dos perus na indústria morre de outras formas além do abate.
Por falta de uma melhor informação na taxa de mortalidade de patos, usarei a taxa de condenação ante-mortem de 0,32% dos inspetores federais no relatório do USDA Poultry Slaughter 2013 Summary. Essa é uma estimativa conservadora – com certeza, muitos patos morrem antes de alcançarem o momento que estão tão impróprios para o consumo humanos que os inspetores federais removem eles da linha de abate.

Um vegetariano salva mais de 25 animais terrestres a cada ano.

Nós matamos cerca de 7,7 bilhões de animais a cada ano para nossa comida. Usando a fórmula mencionada antes, descobrimos que um vegetariano salva cerca de 25 animais terrestres por ano, dos quais 24 são galinhas. Os gráficos abaixo mostram o número desses animais nas proporções que os comemos.
Número de animais mortos anualmente para o consumidor americano Number of land animals killed annually
(total: 24.6)

94.6%
Número de animais terrestres mortos anualmente (exceto galinhas) para o consumidor americano (total: 1.3)

56.2%
27.8%
8.6%
Animais marinhos
Fontes citadas
11.     National Marine Fisheries Service.Fisheries of the United States: 2013. September 2014. (link, accessed March 15, 2015)
12.     National Fisheries Institute. Top 10 Consumed Seafoods. (link, accessed March 15, 2015)
13.     Counting Animals. The fish we kill to feed the fish we eat.. March 16, 2015. (link, accessed March 16, 2015)
Os animais aquáticos que nós comemos vêm até nós de pelo menos quatro meios diferentes: pesca comercial (pescados no meio selvagem, trazidos para a terra e então vendidos), aquicultura (animais aquáticos colocados em viveiros), pesca de importação e pesca recreacional. A soma destes menos a exportação nos dá o total que entra na oferta dos EUA para alimentação. A compilação mais recente desses dados pode ser encontrada no relatório do Fisheries of the United States (2013), lançado pelo Fisheries Statistics Division of the National Marine Fisheries Service. Baseado nesses dados de 2013, mas excluindo a produção americana de aquicultura e pesca recreacional, o National Fisheries Institute lançou os números do consumo per capita de animais aquáticos pelos residentes americanos.
Os dados da produção americana de aquicultura ainda não foram lançados para 2013, mas nós podemos realizar uma aproximação usando o relatório de 2012. Com esse ajuste para os dados do National Fisheries Institute e usando os fatores de conversão e a metodologia usada no post de “os peixes que matamos para alimentar os peixes que comemos”, a tabela 3 abaixo estima o número de animais mortos para o consumo direto de cidadãos americanos de 2013. O consumo é mostrado em termos de peso vivo, o peso do animal inteiro quando vivo. A categoria “outro” na tabela se refere aos peixes pegos durante pesca marina recreacional.

Tabela 3: Número estimado de animais marinhos mortos para consumo direto pela população americana em 2013 (todos os pesos estão em peso vivo, exceto pelo moluscos que são relatados pelo peso da carne, excluindo a concha)
Peso da oferta dos EUA (em 1.000 libras [peso])
Peso estimado (em libras) de um único animal
Número abatido para a oferta nos EUA
Número abatido per capita para a oferta nos EUA
Número estimado salvo por um vegetariano
Camarão
2.551.782
0,0641
39.807.794.750
126,42
128,92
Salmão
1.684.849
9,70
173.740.227
0,55
0,56
Atum
1.383.297
17,37
79.618.770
0,25
0,26
Tilápia
1.322.200
1,16
1.142.361.645
3,63
3,70
Badejo
1.178.038
1,46
804.566.972
2,56
2,61
Peixe-Panga
674.483
2,20
305.940.472
0,97
0,99
Bacalhau
563.253
5,80
97.049.900
0,31
0,31
Bagre
835.307
1,12
742.919.347
2,36
2,41
Caranguejo
839.117
1,97
426.187.947
1,35
1,38
Mexilhão
121.102
0,20
618.834.834
1,97
2,00
Sardinha
62.977
0,22
280.634.044
0,89
0,91
Vieira
74.390
0,05
1.487.800.000
4,72
4,82
Ostra
104.188
0,17
628.025.008
1,99
2,03
Lagosta
242.603
1,72
140.841.238
0,45
0,46
Outros
239.011
1,41
169.689.000
0,54
0,55
Total
11.637.588
46.906.004.154
148,96
151,91
Fontes citadas
14.     A. Mood. Worse Things Happen at Sea: The Welfare of Wild-Caught Fish. 2010. (link, accessed March 15, 2015)
15.     A. Mood and P. Brooke. Estimating the Number of Farmed Fish Killed in Global Aquaculture Each Year. July 2010. (link, accessed March 15, 2015)
16.     Food and Agriculture Organization of the United Nations. FAO Yearbook 2012: Fishery and Aquaculture Statistics. June 2014. (link, accessed March 15, 2015)
Na tabela 3 acima, os pesos de um peixe individual são derivados da média compilada de dois relatórios produzidos pelo fishcount.org.uk: um peixe “selvagem” e outro criado em cativeiro. Os pesos usados na tabela são devidamente ponderados pela proporção estimada de cada espécie de animal usada em nossa dieta. Por exemplo, o peso médio do salmão na tabela 3 é baseado no peso médio do salmão atlântico criado em cativeiro e a média do peso do salmão pacífico mais pescado: salmão rosa e salmão-cão/salmão-keta. Como um outro exemplo, o peso médio do atum é baseado similarmente na proporção dos pesos médios das espécies de atum mais pescados: atum-bonito, albacora, atum-patudo e atum-do-índico.
As proporções atribuídas são de dados da produção dos EUA, em relatório do Fisheries of the United States: 2013 e no total global de produção de peixes no relatório do FAO Yearbook on Fishery and Aquaculture Statistics (2012).
Camarões são vendidos categorizados pela unidade de camarões sem cabeça por libra, desde os extra pequenos (de 61 a 70 unidades por libra) até os de tamanho extra-colossal (menos de 10 unidades por libra). Os números relativos a vendas dessas categorias não são registrados por nenhum estudo, mas a média é de 26-30 unidade por libra, ou mais. O peso do camarão que eu uso é estimado em 26 camarões sem cabeça por libra, com o fator de conversão para o peso vivo de camarões sem cabeça de 0,6.

Número de peixes consumidos anualmente
pelo consumidor americano (total: 12,1)
32.7%
23%
21.3%
8%
9.9%
Número de marisco consumidos anualmente
pelo consumidor americano (total: 136,9)
92.3%
O peso médio dos mariscos (camarões, mexilhões, caranguejos, ostras, lagostas e vieiras) são obtidos similarmente baseados nas estimativas (altas) do peso de um indivíduo de cada espécie, pesado pela proporção de cada espécie que entra na oferta americana. Por exemplo, o peso médio de mexilhões é baseado na estimativa de peso de diversos tipos de mexilhões, na proporção aproximada na qual eles entram na oferta americana).

O americano consome em média 12 peixes e 137 mariscos por ano.

Como mostra a tabela 3, em termos do número individual de animais marinhos, os americanos consomem em maior quantidade o camarão (cerca de 126 camarões por pessoa por ano). Além dos 129 camarões, um vegetariano salva mais de 12 peixes e mais de 10 mariscos.

Os peixes que matamos para alimentar os peixes que comemos
É importante lembrar dos peixes selvagem que pescamos e matamos para depois processá-lo em comida de peixe (carne de peixe dissecada), e óleo de peixe para alimentar os peixes, camarões, os porcos e as galinhas que comemos. Sim, nós damos peixes-selvagens para os porcos e galinhas que comemos! Na verdade, de acordo com o International Fishmeal and FishOil Organization, 20% da produção mundial de farinha de peixe em 2010 foi usada para alimentar porcas em amamentação e um adicional de 5% foi usado para alimentar pintinhos recém-nascidos na indústria de aves domésticas.
Fontes citadas
17.     C. J. Shepherd and A. J. Jackson, International Fishmeal and Fish Oil Organization. Global Fishmeal and Fish-Oil Supply: Inputs, Outputs and Markets. Journal of Fish Biology, volume 83, pp. 1046-1066. 2013. (link, accessed March 15, 2015)

Os animais de aquicultura na dieta americana que são alimentos com produtos de peixes incluem camarões, salmão, tilápia, peixe-panga, bagre e caranguejos. Como mostrado aqui, o consumo americano de peixes e camarões de aquicultura demandam a captura e morte de 45.513 milhões a 92.313 milhões de animais marinhos selvagens a cada ano! Considerando que a população americana seja de 314.886.749 em 2013, o número de animais selvagens capturados e mortos para alimentar os animais de aquicultura consumidos pelos americano é de cerca de 144,5 a 293,2 por ano. Alguns desses animais também são usados para alimentar porcos e galinhas, mas a maior demanda vem de animais criados em aquicultura que se alimentam de peixes selvagens.

Cerca de 144 a 293 animais marinhos selvagens são capturados e mortos anualmente para alimentar o peixe e camarão de aquicultura consumidos por um americano.

O número de animais marinhos selvagens mortos para alimentar animais de aquicultura consumidos pelo consumidor americano
(Total: Entre 144.5 e 293.2)
32%
14.8%
15.5%
21.9%
Pesca acidental vinda da pesca de peixes selvagens
Os números calculados acima não incluem a pesca acidental, que são os peixes e crustáceos pescados sem intenção e depois jogados de volta ao mar já mortos ou morrendo. Golfinhos presos em redes de atum e tartarugas fisgadas por varas de pescar já ganharam uma devida atenção, mas um número maior de peixes e crustáceos menos populares continuam rotineiramente presos em redes de pescas e acabam arrastados em navios e descartados. De acordo com o um estudo publicado pelo FAO e baseado em pesquisas de pescadores marinhos, cerca de 8% do total de animais marinhos pescados acidentalmente são descartados mortos.
Fontes citadas
19.     K. Kelleher, FAO Fisheries Department. Discards in the World’s Marine Fisheries: An Update. FAO Fisheries Technical Paper 470, 2005. (link, accessed March 15, 2015)
20.     S. Eayrs. A Guide to Bycatch Reduction in Tropical Shrimp-Trawl Fisheries: Revised Edition. 2007. (link, accessed March 15, 2015)
Mas essa taxa de pesca acidental não é a mesma entre todas as espécies de animais marinhos que capturamos. As mais destrutivas são as traineiras de camarão, que são enormes redes jogadas por barcos para capturar indiscriminadamente todas as espécies de animais no caminho. De acordo com o estudo da FAO, 62,3% da pesca feita em traineiras são descartadas. A maior parte do descarte são peixes pequenos e crustáceos arrastados na rede que não conseguem escapar. Isso também inclui animais maiores, como tartarugas, arraias e até mesmo tubarões.
O impacto do consumo americano de animais marinhos é particularmente duro, levando em conta que o camarão é o animal marinho mais pescado, tanto em termos de peso quanto em consumo.
O número de animais pegos em pesca acidental de traineiras para os consumidores americanos, está em 11,156 milhões e 24,466 milhões. O número da pesca acidental per capita está entre 35,4 e 77,7.
A taxa média de pesca acidental de animais marinhos além de camarão é de cerca de 6,03%. Podemos inferir que cerca de 10.670 milhões de libras de peixes e mariscos são capturados anualmente para servir ao consumo americano (5.641 milhões de libras de que são "peixes de alimentação").
Na captura de animais marinhos para servir ao consumo de um americano médio, entre 46 e 104 animais marinhos selvagens são acidentalmente capturados, transportados e depois descartado mortos ou morrendo.

O número de animais individuais pegos na pesca acidental se situa entre 3.325 e 8.346 milhões. O número per capita situa-se entre 10,6 e 26,5. Adicionando isso aos números de pesca acidental em traineiras, o americano médio causa a pesca acidental de 46 a 104 animais marinhos que são descartados mortos ou moribundos.


Sumário
A tabela 4 abaixo é um sumário do impacto proporcional, em termos de números de animais, do consumo americano de animais.
Tabela 4: Os números estimados de animais mortos para o consumo direto e indireto de animais pela população dos EUA em 2013
Número total de mortos (em milhões)
Número de mortos per capita
Número de salvos por um vegetariano
Animais terrestres
7.731
24,6
25,0
Peixes
3.797
12,1
12,3
Mariscos
43.109
136,9
139,6
“Alimentos de peixes”
45.513 – 92.313
144,5 – 293,2
147,4 – 299,0
Pesca acidental
14.481 – 32.812
46,0 – 104,2
46,9 – 106,3
Total
114.631 – 179.762
364,0 – 570,9
371,2 – 582,2
Da tabela acima, é possível concluir que um vegetariano salva de 371 a 582 animais por ano. Usando esses dados, o gráfico abaixo mostra os números proporcionais de animais mortos em serviço do consumo americano de carne.
Número estimado de animais mortos para consumo direto e indireto pelo americano comum
(Total: 467,5)
29.3%
46.8%
16.1%
Sim, um vegetariano salva pelo menos um animal por dia! Por maiores que esses números possam parecer, o maior escândalo não está em quantos animais nós comemos, mas em quanto sofrimento nós impomos a eles durante suas vidas e durante o abate. Em fazendas de criação para galinhas, porcos, vacas e peixes, os animais vivem uma existência triste, com sofrimento físico e mental. O vegetariano, escolhendo não colaborar com essa indústria sombria, salva sua consciência também.

Um vegetariano salva de 371 a 582 animais por ano.