“Mas você não come nem um peixinho?”
Bem-vindo(a) de volta ao meu blog!
Continuando com o tema da postagem da semana passada, hoje
trago para vocês algumas informações sobre outro animal que é, muitas vezes, ainda
mais subestimado do que as galinhas: o peixe.
Quem aí já assistiu a animação “Procurando Nemo” deve
lembrar da querida peixinha Dory, do gênero Cirurgião-patela (tá, eu pesquisei
isso no Google rs), e de seu problema de memória recente. Acredita-se que a
personagem tenha essa característica por conta do mito de que os peixes tem uma
memória curtíssima, às vezes com cerca de 3 segundos. Mas o que vamos mostrar
hoje é que a coisa não é bem assim – e estudos mais avançados mostram que os
peixes podem ser muito mais inteligentes do que nós pensamos.
Confira abaixo:
Uma matéria da Revista Super Interessante afirma o seguinte:
“Quando o estúdio Pixar colocou no filme
Procurando Nemo uma peixinha que esquecia tudo em poucos segundos, estava
brincando com uma idéia que por muito tempo existiu na comunidade científica:
peixes teriam memória de apenas três segundos. Estudos recentes mostram que
isso é balela. Esses animais são capazes de lembrar e ainda guardam as
informações a longo prazo. Foi o que comprovou o pesquisador Culum Brown. Ele
prendeu um grupo de peixes arco-íris australianos num tanque e os treinou para
encontrar uma saída. Após cinco tentativas, todos conseguiam achá-la. Onze
meses depois, o pesquisador refez o teste. Dessa vez, os peixes localizaram a
saída na primeira tentativa.
Graças à memória,
peixes também reconhecem outros indivíduos. Ao presenciar uma luta, o animal
não apenas retém informações, como cria um ranking de lutadores. No futuro, ele
evitará brigas com os fortões. Cardumes também são capazes de aprender e
memorizar a se desvencilhar de redes ou então viajar em formações que os
protegem de predadores.”
Talvez os peixes de espécies diferentes apresentem memórias
diferentes em relação a seu tempo de “duração”, porém isso já não posso afirmar
com total certeza.
Ainda assim, é interessante percebermos o quanto esses
animais têm a capacidade de estabelecer relações entre eles e entre o ambiente
à sua volta.
Agora vamos entrar um pouco no assunto de que “peixes não
gritam”, ou seja, o falso argumento que já ouvi de algumas pessoas de que os peixes
não sentem dor e portanto não sofrem quando são mortos.
Wikipédia afirma que (...) “há estudos ainda que indicam que
os peixes possuem sistemas nervosos mais complexos do que se pensava e que suas
consciências das sensações dolorosas podem ser, evolucionariamente, muito mais
antigas do que se suspeitava.”
No site Vegetarianismo.com.br: “Em verdade, no que concerne
a habilidade de sentir dor, os peixes são iguais aos cachorros, gatos e outros
animais. O Dr. Donald Broom, consultor científico do Governo Inglês, explica
que 'A literatura científica é muito clara. Anatômica, fisiológica e
biologicamente, o sistema de dor dos peixes é praticamente o mesmo que o das
aves e dos outros animais.' (...)
Segundo o Dr. Michael Fox, D.V.M., Ph. D., 'Embora os
peixes não gritem (de forma audível para os humanos) quando estão com dor e em
angústia, o comportamento deles deveria constituir evidência suficiente do seu
sofrimento quando fisgados ou capturados em rede. Eles se esforçam, procurando
escapar e, assim fazendo, demonstram a sua vontade de viver'. ”
Você já parou para pensar o que ocorre na pesca? Tanto na
pesca com vara quanto na pesca com rede? Ponha-se no lugar de um peixe: você
está em seu habitat natural procurando alimentos para sobreviver, assim como
qualquer outro ser vivo precisa fazer. Você encontra então, uma minhoca, e
abocanha-a. No mesmo instante, sente algo perfurando sua boca e deixando-o
preso a um gancho. Você debate-se para livrar-se daquele sofrimento, mas o que
quer que esteja do outro lado do gancho começa a te puxar. Desesperado, você
coloca toda sua força nessa tentativa de livrar-se, livrar-se da dor, livrar-se
do sofrimento, afinal você só queria alimentar-se, mas eventualmente o outro
lado ganha. Você então é retirado de seu habitat, ainda preso pelo gancho na
boca. Para finalizar, você é colocado num local onde fica absolutamente sem
oxigênio, e morre sufocado e sem ar.
Pois é.
E mesmo a pesca com rede é desumana (adoro a ironia dessa palavra); na verdade, qualquer tipo
de matança de animais não pode ser feita
de uma maneira agradável.
Pra finalizar, veja só esse registro incrível: já
acreditava-se que os peixes possuíam a habilidade de utilizar certos tipos de
ferramentas para facilitar sua obtenção de comida, porém isso nunca havia antes
sido registrado em câmera. Mas um biólogo conseguiu capturar em imagens um
peixe usando uma rocha em sua boca e batendo-a contra uma ostra, para conseguir
abri-la e alimentar-se de sua carne! (Só para a informação de todos, também não
como ostra. Nem camarão. Nem lagosta. Nenhum fruto do mar!) Veja só essas
imagens: (no link acima também há a matéria explicando o que ocorreu)
Sugiro seguirmos o lema do tubarão vegetariano
de Procurando Nemo, o Bruce, que repete junto com seus amigos: “Peixes são
amigos, não comida!”
Até a semana que vem!
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