sábado, 29 de novembro de 2014

O que aconteceu depois

Olá, leitores! Primeiramente, sejam bem-vindos novamente ao meu blog!
Em segundo lugar, me desculpem pela demora a escrever novamente. Estava nos meus planos escrever todas as quartas-feiras, mas como essa semana foi um pouco corrida pra mim, só tive tempo de parar para escrever agora, no sábado.
Mas vamos lá! Como eu havia prometido no post anterior, o próximo assunto seria o que aconteceu depois da minha decisão - os resultados na minha saúde, no meu dia-a-dia, etc.

Costuma-se ouvir muito de quem virou vegetariano que os dois primeiros meses são os mais difíceis; muitas pessoas relatam até mesmo sonhar com carne, pois o desejo pelo alimento se manifesta no corpo, que por sua vez, manda esse impulso ao subconsciente. Alguns também relatam ter problemas com saúde - como por exemplo, problemas com ferro no sangue, o que pode levar à anemia. Mas os casos mais sérios são principalmente os referentes à vitamina B12, que é mais encontrada nas carnes. Já ouvi relatos de pessoas que tiveram que voltar a comer carne, pois a falta do alimento levou o indivíduo a um estado de saúde preocupante. Mas assim como os casos ruins, também já vi muitos casos de vegetarianos de longa data que levam uma vida completamente saudável e normal.

Quando eu tomei a decisão, não quis me comprometer com prazos, então disse a mim mesma: "Irei manter essa decisão por quanto tempo eu puder aguentar. Se chegar um dia em que eu não esteja mais aguentando ficar sem carne, ou caso isso tenha algum efeito colateral na minha saúde, vou entender e não vou me cobrar, e sendo assim, voltarei à minha dieta normal."
Tendo isso em mente, segui o mantra "um dia de cada vez", e resolvi ver no que ia dar.
A partir de agora irei dividir o tempo passado depois da minha decisão em tópicos, pois assim fica mais fácil e mais gostoso de ler :)

Primeiro dia: Tive um café da manhã normal, pois não costumo comer nada de carne de manhã. Quando chegou o almoço, comi a refeição comum exceto a carne (que foi praticamente arroz, feijão e uma verdura). Resultado: Senti um vazio enorme no meu estômago! Era nítido para mim que estava faltando alguma coisa, e apesar de me sentir satisfeita depois de terminar o almoço, e não sentir que estava com fome, ainda assim sentia falta daquele "estufamento" que nos dá no estômago depois de comermos um belo almoço caprichado. Me perguntei se todos os dias seriam daquele jeito e se eu ia me acostumar com aquela sensação, mas terminei meu almoço e segui em frente. No jantar tive a mesma impressão.
Primeira semana: No final da primeira semana já tinha me acostumado um pouco mais com as refeições "mais leves". Porém comecei a procurar alternativas para misturas, pois só o "arroz com feijão" não iria me sustentar.
Primeiro mês: Ao final do primeiro mês já tinha descoberto mais opções para incrementar meus pratos. Uma das primeiras soluções foi o ovo; frito, mexido, omelete (uma das razões pelas quais eu não sou vegana - aprofundarei mais esse tema em outro post). Mas não ia dar pra viver só de ovo.
Segundo mês: Cheguei a conclusão de que os dois primeiros meses são, sim, os mais difíceis - mas não impossíveis. Por ser o período de adaptação, é quando você vai começando a desapegar-se das carnes. Às vezes ainda batia aquela vontade de comer um presunto, ou um bom hambúrguer. Mas eu conseguia resistir à tentação ("um dia de cada vez", lembra?) e com o passar do tempo foi ficando mais fácil.
Quarto/quinto mês: Foi mais ou menos nessa época que o final do ano chegou e, junto com ele, as festas de fim de ano. Aí é o teste mais difícil, pois estando acostumada com os tenders, frangos assados, entre outros petiscos carnívoros, esse foi o momento de achar uma alternativa para as ceias. "Trabalhando em cooperação" com minha mãe e meus parentes, conseguimos achar algumas soluções que sustentassem e fossem saborosas também, como uma maionese bem caprichada (sem presunto), e - uma das minhas preferidas, ideia da minha avó - uma bela salada com direito a cenouras, vagens, brócolis, ovos, batatas e azeitonas. Saborosíssima e sustenta bastante! Foi mais ou menos nessa época também que minha mãe foi tendo mais ideias para misturas do dia-a-dia, para que eu não precisasse depender somente dos derivados de ovos e leite.
Nono mês: Muito mais fácil de lidar, já não sentia mais falta nenhuma da carne. Minha relação com esse tipo de comida às vezes era ambíguo - dependendo do prato, era algo do qual eu sentia um pouco de saudade, mas que já sabia viver muito bem sem. Já outros começaram a se tornarem enjoativos para mim, e o cheiro era forte demais. Em alguns momentos, quando não havia como eu comer algo completamente sem carne (às vezes, por exemplo, um pastel de brócolis vinha junto com bacon e não havia como retirar este), o gosto da carne se tornou muito mais forte e agressivo para o meu paladar, já que eu havia me desacostumado. Ou seja, meu corpo adaptou-se a essa dieta.
Depois de um ano (atualmente): Levo uma vida normal e já me acostumei com a rotina e dieta vegetariana. Uma única vez eu sonhei com carne (o caso das pessoas que durante os primeiros meses sonhavam com churrascos e refeições carnívoras não ocorreu comigo): neste sonho eu consumia o alimento, mas quando acordei senti uma sensação terrível de culpa, pois achava que tinha consumido de verdade. Depois de alguns minutos foi que eu percebi que tinha sido só um sonho e fui tomada de alívio, hahaha! Algumas vezes sou tomada pela frustração de não ter o que comer, pois o lugar não oferece opções ou quem fez a refeição não teve tempo de fazer algo para mim, e acabo tendo que "me virar" com algo mais básico. Algumas outras vezes eu fiz minha própria mistura (e modéstia à parte, ficou uma delícia hahahah! Mais pra frente irei postar umas receitas), o que foi muito bom para eu aprender a me tornar mais independente quando se trata da minha alimentação. Passei também pelo problema de ser provocada por alguns amigos, ou de as pessoas não entenderem como funciona o vegetarianismo (fica pra outro post também, hihi). Porém cada vez mais tenho certeza da decisão que tomei, e às vezes chego à conclusão de que não vou mais voltar atrás. Sou feliz com a vida que levo e tenho muita saúde. Aliás, pra quem diz que quem não come carne tem problemas com vitaminas e precisará de suplementos, fica aí uma imagem do meu exame de sangue (de poucos meses atrás):

Vitamina B12 dentro dos valores normais, sem necessidade de suplementos ou qualquer outro tipo de medicamento.

Conclusão: É possível, sim, levar uma vida saudável sem o consumo da carne <3
Sair da nossa zona de conforto e experimentar alternativas novas em nosso estilo de vida pode ser um divisor de águas - e ao mesmo tempo, não vai mudar em quase nada o seu dia-a-dia. Já que os seres humanos gostam tanto de dizer que estamos no topo da cadeia alimentar, e se somos animais tão racionais e inteligentes, por que não sair desse senso comum e buscar alternativas mais saudáveis para o meio-ambiente, para os animais e para você?

Por hoje é isso, pessoal (insira foto do Gaguinho aqui - não, pera)!
Espero que tenham gostado do post de hoje. Beijos e até semana que vem!!

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Como tudo começou

Olá novamente! 
O post de hoje será referente ao que me iniciou nessa vida de vegetarijovem, então vamos começar pelo início, por uma questão de princípios. (Oi?)

No dia 31 de julho de 2013, lá estava eu vagando pelo Facebook, lendo um post qualquer de uma página qualquer - provavelmente era algo referente a vegetarianismo, mas honestamente, não me lembro - quando uma das pessoas nos comentários postou um vídeo que iria mudar minha visão sobre a comida dali pra frente.
O vídeo era esse (ALERTA: Não recomendo assistir se você tiver estômago fraco ou se não estiver disposto a ver cenas de violências contra animais, bem como imagens explícitas dos animais sendo mortos, ou caso não queira mudar seus hábitos alimentares mas também não queira se sentir culpado por comê-los. Ou seja, o aviso está aqui, mas a escolha é sua. Não me responsabilizo.):
https://www.youtube.com/watch?v=EvP2Qy4ZEzA
O nome do documentário é "A Carne é Fraca", e através de câmeras escondidas, mostra tanto cenas de violência dos tratadores com os animais, por motivos que desconheço (talvez tentando liberar sua raiva, talvez tentando matar alguns animais que não morreram na primeira tentativa), quanto os processos realizados dentro dos matadouros para transformar os animais em comida (ALERTA 2 - DESCRIÇÃO DO PROCESSO NAS PRÓXIMAS LINHAS) ou em palavras mais explícitas: fatiamentos, escaldamentos, degolamentos, etc). Se você optou por não assistir o vídeo, provavelmente essas minhas últimas palavras deixam bem claro do que ele se trata, e o porquê de eu mudar meus hábitos alimentares desde o dia que assisti o documentário.

Resultado: eu chorei assistindo o vídeo, algumas partes mal consegui assistir, tive que cobrir meus olhos enquanto as cenas passavam, e na maior parte delas eu finalmente tomei consciência do que acontece em uma das indústrias mais ricas e que dão mais lucros em nosso país: a indústria da carne.
Um amigo com quem compartilhei o vídeo me disse que não são todos os matadouros que tratam os animais dessa maneira; algumas delas aplicam um choque para matar os animais instantaneamente para que eles não sintam dor. Mas o fato é que, matando rapidamente ou matando lentamente, de um jeito ou de outro eles estavam MATANDO. Uma vida estava sendo tirada para que eu pudesse me alimentar. Uma vida de um animal que tem - apesar de pequena - uma consciência do que está acontecendo, e assim como estudos já mostraram, as vacas, em especial, compreendem perfeitamente que suas "colegas" estão sendo mortas quando elas vêem o processo acontecendo na sua frente, e elas sabem que aquilo está prestes a acontecer com elas. Além disso, esses animais tem sistema nervoso, que registram sensações como dor, medo e ansiedade.
O que ocorreu depois foi que a partir desse dia, eu tomei consciência de que EU, como carnívora, estava ajudando essa indústria a continuar seu crescimento, dia após dia, e me questionei se valia a pena contribuir com isso simplesmente para satisfazer meus prazeres.
Como uma amante de cachorros (tenho uma cachorra que é o mundo pra mim, uma vira-lata que há 9 anos vive comigo e minha família em nossa casa), me questionei qual era o meu critério para amar alguns animais, e comer outros. Por que alguns animais merecem mais amor? Simplesmente porque são domésticos? Como eu posso achar absurdo o consumo de carne de cachorro em alguns países asiáticos, se aqui, no Brasil, eu contribuo no consumo da carne de vaca, que é sagrada na Índia? Qual o critério dessas escolhas? Simplesmente cultura???




Então tomei a decisão de que, mesmo que minha participação não faça diferença quase nenhuma para a indústria da carne, mesmo sabendo que milhões de brasileiros todos os finais de semana consomem seus churrascos religiosamente, mesmo sabendo que não será a atitude de UMA pessoa que fará a diferença... valia a pena mudar. Pois, afinal, são com pequenos gestos que se muda o mundo e, quem sabe, com a minha mudança, futuramente eu possa ajudar a trazer outras pessoas para o lado do vegetarianismo, obviamente sem forçar ninguém (porque a mudança vem de dentro pra fora, e não o contrário), mas eu quero ser o exemplo de que é SIM possível mudar. É possível largar mão de um prazer alimentício por um bem maior, por uma causa. 

Neste mesmo dia, anunciei à minha mãe que resolvi virar vegetariana (já que ela é a responsável pela alimentação em casa). Ela concordou, e no dia seguinte, dia 1º de agosto, comecei minha "dieta" vegetariana. Agora, todo primeiro dia do mês eu comemoro mais um mês em que venci meus "instintos" e mudei de vida. Hoje, dia 19 de novembro (aniversário do meu pai, a propósito. Feliz aniversário, papai! ♥), completa-se 1 ano e 3 meses da minha decisão.

Quanto aos efeitos, como sentir falta da carne ou não, os efeitos na saúde... Isso fica pra outro post.
Espero que esse post ajude alguém a também tomar essa decisão de mudar de vida!

Abraços, até a semana que vem!

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Blog novo, vida nova!

Olá, e seja bem-vindo (ou benvindo? As novas regras ortográficas me confundem haha) ao meu blog!
Pra você que está se perguntando do que se trata esse blog, acredito que o nome seja auto-explicativo, mas eu reforçarei a ideia mesmo assim: estarei postando aqui conteúdo direcionado a jovens que seguem, pretendem seguir ou são simpatizantes do estilo de vida vegetariano.
Pretendo postar uma vez por semana (por enquanto sem dia definido), relatando minhas experiências, minha rotina, as dificuldades e os benefícios de ter optado por esse estilo de vida, e também fazendo resenhas de restaurantes e redes de fast-food e as opções que eles oferecem para os vegetarianos. Ah! E de vez em quando também postarei receitas que você mesmo pode fazer em casa.
O post de hoje será curtinho, apenas como uma introdução realmente, mas se você se interessou, fique ligado e acompanhe-me, pois semana que vem o post será beeeeem recheado de novidades.

Por hoje é isso.
Beijos, até semana que vem!